quarta-feira, junho 26, 2024

 

Amo-te a cada segundo deste relógio que apelidam de desejo…!

 

Peço-te um beijo e tu, e tu dás-me um silêncio,

E desse silêncio guardo a manhã a despedir-se das flores, e dos tristes olhares…

Peço-te um beijo e tu, e tu ofereces-me um pedacinho de indiferença…

Nos lábios de uma gaivota.

Mundo

 

Entre a espada e a parede

Sou o dono do mundo

Sou passarinho

Sou a nuvem

Sou a sombra da tarde em despedida,

 

Visto-me de anjo

E voo sobre o teu olhar

Sou o silêncio

Do silêncio do te mar,

 

Entre a espada e a parede

Sou sem-abrigo

Mendigo

Imundo…

 

Entre a espada e a parede

Assim habito neste mundo.

terça-feira, junho 25, 2024

Preciso tanto de perceber os teus olhos, meu amor, que são estrelas moleculares e ausentes do sistema nocturno da insónia,

Preciso, tanto, preciso tanto de perceber os teus olhos que acorda a noite e sobre mim, poisa uma fina língua de fogo, que traz escrito o teu nome, e o teu nome pertencerá às flores da Primavera.

um pouco de arte...


 

Oração à noite

 

Peço à noite

Que deixe cair o luar nos teus lábios

E que às estrelas do teu olhar

As guarde junto ao peito,

 

Peço à noite

Que seja sempre a noite

Da noite que nos esconde

À noite de quando sentados junto ao rio…

 

E digo à noite

Que nos proteja de todas as noites

Das noites de poesia

Às noites em desejo.

segunda-feira, junho 24, 2024

Estrela

(para ti)


Em pleno voo sobre as cidades da ausência

Esta mão poisada nos teus lábios

E enquanto procuro o amanhecer do silêncio

Há uma estrela que me guia para esta caminhada,

 

Há-de regressar a alegria ao teu cabelo de oiro

Jóia da manhã dos primeiros olhares

Que deixou a noite

Junto ao sorriso,

 

Em pleno voo

Da cidade esculpida pelo desejo

Que a solidão se disfarce de flor

E a flor se deite na tua doce boca,

 

Depois

Abraço-te e sinto o teu corpo

(que o vento o quer levar)

E sinto o teu corpo em pedacinhos de sono

Desprovido das leis da gravidade e de todas as leis da física…

E abraço-te enquanto o Universo se esquece de nós.

domingo, junho 23, 2024


 

Manhã de Verão

O que esperar, do teu amor, quando o teu amor é uma flor, transparente e loira, como a simples manhã de Verão.

O que esperar deste sítio de onde não vejo o mar, de onde chegam a mim, as lágrimas apenas do mar. O que diria a minha mãe, se me visse, aqui, sentado…

Uma tragédia.

A espera…

 

O que esperar, do teu amor, quando o teu amor é uma flor,

É uma flor tão bela, na espera

O que esperar, hoje, deste triste Domingo, ausentado das diferentes sombras que abraçam o dia.

O que esperar, eu, aqui sentado,

Quando o esperar, é o silêncio engasgado neste Domingo, triste, só.

Doce menina

Menina

Menina Deusa do mar

Menina das palavras

E das noites em luar,

Menina em poesia

Que acorda a cada amanhecer,

Menina do meu dia

E do meu viver.

 

Menina

Menina madrugada

Rabisco que acorda o vento

Menina…

Menina das manhãs em construção

Que se esconde no pensamento

Que se esconde dentro de um pobre coração,

 

Menina

Mãe de menina…

Menina do meu acordar,

Menina dos lábios de mel

E de sorriso no olhar.

sábado, junho 22, 2024

Desenho sem sentido

 

Desenho um abraço

Em silêncio abraço

Nos olhos da Lua

Dos olhos do mar,

Escrevo um sorriso

Nos lábios do Sol,

Em silêncio sorriso…

O abraço desenhado,

Nos olhos da Lua…

 

Desenho o tempo

Em perfeito juízo

O abraço desejado

Do abraço prometido

Sentido…

Na fimbria madrugada,

 

Desenho o poema

Do sofrido poema

Nos olhos do mar

Em silenciado sorriso…

Deste poema amargurado

Triste…

Neste poema sem sentido

Quando da noite…

O silenciado abraço,

Morre…

Nas mãos do Luar.

Raiz quadrada

 

Às vezes, penso, penso em como será a derivada do teu olhar

Às vezes, penso

Penso em como será a liberdade dos teus lábios,

Ou a integral tripla de superfície do teu cabelo.

 

Às vezes, penso…

Penso em como será a raiz quadrada dos teus beijos,

Às vezes, às vezes, penso,

Penso em como será resolver a equação diferencial das tuas mãos…

Isto é, se algum dia eu for capaz de resolver a equação diferencial das tuas mãos.


 

 

Nunca tive um rosto. Tão pouco me deram um nome, condigno, indecente,

Tão pouco, nunca serei eu.

sexta-feira, junho 21, 2024

As palavras

 

Não consigo esquecer-te, e também não sei se quero esquecer-te ou simplesmente, recordar-te.

 

As palavras crescem na minha mão

E lanço-as na página cinzenta da noite.

O cansaço é tanto, o meu, que esquecer-te seria uma tragédia, no entanto, entre o cansaço e o esquecer-te, prefiro o desejar-te.

 

O poema ganha vida, tem corpo

Tem flores no sorriso,

O poema depois de escrito…

Procura-te e espera-te neste pequeno espaço literário…

 

As palavras vão para outra cidade,

Sentam-se junto ao rio,

E dançam até que acorde o dia.

 

E se por alguma razão não houver dia, será

A noite

A tempestade das palavras perdidas.

sublime manhã

 

amo-te. oh sublime manhã dos silêncios, sonolência canção nas margens do teu peito,

que tu sabes que eu te amo, em cada verso, em cada olhar… seja noite, seja dia, seja o vento

que baloiça no teu cabelo.

 

que seja o mar. amo-te.

oh sublime manhã dos silêncios, fraga, ferro, dor ou fogo, sufoco delírio do chocolate derretido nos teus lábios,

 quando o mar dos teus olhos,

voa ao encontro do primeiro sorriso de primavera.

 

oh sublime manhã dos silêncios, que eu queira desejar-te, desejando-te a cada novo desejo, amo-te, que seja o luar.

que seja o mar.

 

Esqueço-me dentro deste contentor de insónia, apago a luz da vida, fecho suavemente os olhos, imagino um pássaro, um pássaro no teu cabelo, solto no limbo do vento.

Esqueço-me que pertenço às pedras da montanha, esqueço-me junto a esta ribeira, debaixo da ponte, esqueço-me na página deste poema, deste pequeno verso

Esqueço-me que da noite recebo flores do teu olhar,

Esqueço-me que quando abro a janela, à janela estás, sentada a olhar-me.

 

Esqueço-me que os teus olhos são tão lindos, e têm o mar no seu interior.

Esqueço-me que sou uma árvore triste com medo de voar sobre o mar, esqueço de como é o mar, que já foi meu.

Esqueço-me, meu amor, do timbre do silêncio.

quinta-feira, junho 20, 2024

Andorinha no seu olhar

 

Andorinha no seu olhar, quando a cânfora manhã se despede da casa, fria, nua,

Ausente.

Andorinha no seu olhar, que vagueia docemente sobre a fina areia da saudade.

Andorinha, meu amor, são lindos os crisântemos dos teus olhos,

Quando a chuva é uma lágrima de desejo.

 

Desejo-te, sabendo que o teu desejo por mim, se resume apenas a um pobre tolo, que sou eu, caminhando, só, pela praia da sua infância.

Andorinha no seu olhar,

 

Beijo doirado na espuma dos dias, quando as manhãs são um inferno de tédio, e de medo, e de ter-te, nos meus dedos.

 

Andorinha no seu olhar, meu amor…!

 

Castedo, 19/06/2024

 

Nunca me ofereceste versos,

Também não sei se fazes versos, ou tão pouco se ligas alguma coisa aos meus versos.

 

Nunca me ofereceram versos, e no entanto, faço versos…

Em verso.

 

Nunca me ofereceste versos…!

 IF YOU LEAVE ME NOW

 

É quase luz nos teus olhos

É quase silêncio nos teus lábios

É quase noite na tua noite…

É quase tudo, quase nada

São quase estrelas, nas estrelas tua mão.

qualquer coisa sem nome...


 

quarta-feira, junho 19, 2024

 

JUST THE WAY YOU ARE

LADY

 

MIDNIGHT LADY,

 

Uma estrela se veste de menina,

E uma menina, se esconde no sorriso, de uma estrela.

 

Uma estrela me diz, que me odeias, e mesmo assim, escrevo, aqui, coisas, sem nexo, sem sentido.

 

E mesmo assim, oiço as estrelas…

pélas de rosa!

 

não sei, não sei se o teu lindo sorriso de hoje se deve à minha presença ou se também andarás, tal como eu, a fumar pétalas de rosa.

não sei, mas adoraria saber a que se deve esse tão belo encantamento…!

a minha presença não é certamente o motivo do teu sorrir…

só podem ser as pélas de rosa!

 

Depois de começar a fumar pétalas de rosa, sinto-me mais leve, sinto-me mais perfumado, sinto-me um jardim de sono alicerçado aos rochedos da insónia.

A pedra do amor

A pedra do amor

veste-se de pisa-papéis

e calca a solidão

dos versos sem nome

dos poemas em construção

que morrem

que morrem na manhã de ti

debaixo dos livros sobre a secretária do medo

 

uma pedra

com coração de prata

uma pedra cansada

com lábios de cereja

e mãos de lata

 

uma pedra sentada

junto aos sete pecados mortais

antes do pequeno-almoço

 

a pedra do amor

em migalhas

nos cortinados da esperança.

terça-feira, junho 18, 2024

A lareira da poesia

Um corpo arde da penumbra noite de literatura

e da lareira dos livros vêm as marés com espuma de sémen

que as nuvens de amianto transportam sobre os cofres nocturnos da insónia

há intensas fogueiras de incenso sobre o teu ventre adormecido

pelo cansaço vómito do prazer,

 

Acordaste puxando as encostas montanhas de rochas em intranquilos momentos

e poeirentas mangueiras de planícies pintadas de amarelo com bolinhas azuis

pensavam que eram o céu

e apenas as vírgulas no final de um texto escrito por ti

quando ainda conseguias alimentar as labaredas do amor,

 

Ardias por dentro

e fingias habitar como cubos de gelo

num copo de uísque sobre uma mesa-redonda com pernas de aço

e dizias-te filha eterna do sono

e ardias nos meus braços de mogno importado do além...

 

Um corpo o teu corpo em mim semeado

ardemos os dois corpos dentro de um amontoado chiqueiro de cobras com lâmpadas de iodo...

havíamos de descobrir o medo

havíamos de descobrir o amor proibido e peneirento

do peneireiro de asas abertas com destinos infantis e sons de orangotango em cio,

 

O rio e a cidade dos corpos que ardem

em ti

de mim sabendo que amanhã deixarei de ter palavras para escrever

e muitos deles

felizes por saberem que amanhã... eu e tu... somos cinzas esquecidas na lareira da poesia...

Volto a ser o poeta

Volto a ser o poeta,

O eu sensível, que chora quando vê uma criança chorar.

Volto a ser o poeta que adora flores, que vê nas pedras um certo encanto, um certo jeitinho de viver.

Volto a ser o poeta e liberto-me de todas estas equações, que de nada me servem, a não ser

Que a poesia se transforme num armazém, e o poeta, tenha de controlar os stocks; tirando isso…

 

Volto a ser o poeta, o poeta que tem lágrimas, o poeta que ama e que tem muitos sonhos…

Volto a ser o poeta,

O eu sensível, que chora…

Como choram as flores antes de acordar o dia.

Amanhã

Amanhã seremos três poemas

Dentro de um livro de memórias.

Amanhã seremos o céu pedindo clemência a deus,

Esquecendo-se o céu, que deus pouco trabalha nos dias de hoje.

 

Amanhã desenharemos o beijo na alvorada,

Amanhã vamos pintar as estrelas de cor coragem,

E de acreditar,

Que amanhã seremos só nós.

 

Amanhã vamos voar sobre o mar

Das floridas marés de Primavera,

Quão lindas, estão as flores do teu cabelo…

 

Que amanhã será vento, será veneno nos meus lábios.

Amanhã seremos três poemas

Em liberdade pela seara adentro. Amanhã.


 

segunda-feira, junho 17, 2024

Não sei o teu nome

Um pedaço das minhas mãos é o sono disfarçado de manhã 

O outro pedaço é o poema que alguém tem no olhar 

As amêndoas com chocolate têm pequenos segredos nos lábios 

Como se eles fossem pinceladas madrugadas.


A noite começa a erguer-se por entre os arbustos 

E os teus olhos dizem-me que não dormem as borboletas porque 

Estão apaixonadas. Também as algas estão acordadas.

A noite é secreta,


Como secreto é este deus que sacode as árvores com o olhar 

E tão secretos são os pássaros que brincam neste copo de uísque 

Antes que acorde a insónia.


E são estes dois pedacinhos de mão que te escrevem

Com o lápis do luar. E meu amor...

Acredita na minha poesia.


Podíamos ser

 

Podíamos ser livres, podíamos ser pássaros, que voam de mão dada

Podíamos ser o beijo, esquecido nos lábios da insónia

Podíamos ser a chuva, sobre a tua pele de Inverno

Podíamos ser a Primavera nãos mãos de uma criança

Como as andorinhas…

 

Nos lábios de uma menina.

Podíamos ser o vento que enfeitiça o teu cabelo

Podíamos ser o poema, a carta escrita sem remetente

Quando o destinatário, não lê a carta escrita sem remetente.

 

Podíamos ser a seara num qualquer parque infantil, podíamos ser os meninos e as meninas que saltam à corda,

No parque infantil.

 

Podíamos ser,

Um pedaço de espuma no cume da montanha.


 O que dizem os teus olhos, meu amor?

Os teus olhos estão tristes

Estão tristes os teus olhos, meu amor.

Porque estão tristes os teus olhos, que tão lindos são os teus olhos, quando a tarde é uma lágrima que alguém esqueceu..

Gosto muito dos teus olhos que são estrelas vestidas de luz e de silêncio...


 

Amar-te, é mais lindo do que a Primavera, é mais luz, do que a própria luz…

Amar-te, é acreditar, que numa qualquer noite, em um qualquer lugar…

No teu cabelo, no teu cabelo eu vou tocar.

E hoje, e hoje preciso de olhar os teus olhos de mar...!

Procurar

Procuro nos teus olhinhos de mar,

A paz e o silêncio de estar,

Procuro nos teus lábios de mel, a madrugada acabada de nascer,

Procuro nas tuas mãos de fada, o sentido do meu ser.

Procuro na noite, o vento do teu cabelo, quando o teu cabelo se esconde nos meus dedos fictícios…

Procuro, em ti, a vontade de viver.

 


Pensa em mim a partir das 17 horas…!


domingo, junho 16, 2024

diário

escrevo-te, acreditando que mergulhas neste sentido diário,

que procuras nestas palavras, o silêncio nocturno do infinito,

escrevo-te sentindo tudo isso, tudo aquilo que procuro, que lanço contra o mar

 

depois o vento é um pedaço de desejo

que balança o teu cabelo nas tardes de insónia.

escrevo-te, acreditando que o sonho a luz dos teus olhos…

quando o pôr-do-sol é um pincelado beijo,

das estrelas sem noite.

 




  • IT MUST HAVE BEEN LOVE

Que te amar, é mais belo que o pôr-do-sol

(SIGN YOUR NAME)

É mais lindo do que a noite a sorrir,

Que te amar me dá vida,

E não me deixa desistir.

 

Meu pequeno desejo das manhãs ensonadas,

Princesa da insónia e do silêncio,

Menina que sobe às árvores, menina que voa sobre o mar…

Daqui te lanço um beijo e um desejar


 

sábado, junho 15, 2024

para ti...


 

Metade-laranja, uma outra metade

 

Uma laranja.

Metade de meia-laranja

Outra laranja e meia

Mais meia,

Meia laranja.

 

Metade de mim é laranja

Outra metade é

Poesia

Da metade da meia laranja

Há duas metades, metades de laranja

 

Outra metade me absorve,

E inventa na escuridão,

O medo

Da laranja.

 

Metade da metade daquela outra metade da laranja

Coisas em pedaços

Pedaços em metades,

De uma laranja.

 

Uma laranja, outra laranja.

SIGN YOUR NAME

Uma metade que se apodera da outra metade

E a aprisiona na metade, da metade, da laranja.

Serei eu, uma laranja?

 

Uma LADY-metade-laranja

Uma laranja sifilítica, abstracta da laranja

 

Quando uma das metades,

Já não é uma laranja.

O veneno será uma laranja?

E a corda do enforcado?

Será ela filha da laranja…

 

Perco-me dentro desta laranja.  SLAVE

TO

LOVE

E a laranja morre nas mãos da outra metade da laranja.

 

NO SON OF MINE

 

HOW

DEEP IS YOUR

 

LOVE

 

PIENSA

EM

MI


 

Rádio katrapilar

 

Rádio katrapilar.

São 03:20 horas,

o maquinista já acordou, está bem disposto,

o mar está calmo, a noite silencia-se e eu, também me silencio, em cada pedra-pomes deste complexo universo de pertencer ao não preenchível, quando deste corpo, amanhã será uma jangada de vinho.

 

Mesmo hoje, sabendo que as árvores que sombreiam esta rádio, são pedaços dos teus olhos

Veneno

São palhaços

Na tua boca

O desejo

De ser

Quando o tolo

Não pertence

Ao primeiro júbilo da aurora.

 

Mesmo ontem, que já foi hoje

Que amanhã

Será ontem novamente

Nas tuas finas mãos de puro adormecer,

É firme, a rocha canelada do teu cabelo

Que ensanguenta a maré.

 

É puro, o destino curvilíneo do desejo

Desejando não intervir nas lutas e revoltas do povo

Sou agreste

Sou livre

E voar contra o destino

É o meu emprego,

Desde criança.

 

Que se fodam os organos.