sexta-feira, maio 10, 2024


 

Palavras de luz

 

Palavras de luz
Rituais de misericórdia quando acordar a morte
Peço-lhe silêncio
E recebo a escuridão do dia,

Palavras que o medo incendeia
Quando os teus seios se erguem no amanhecer
E a manhã se perdeu no cansaço do primeiro beijo
Como será um sorriso depois do vento?

As ninfas da paixão em plena noite
Quando o rio vê o teu corpo
E há uma estrela na madrugada
Que tem nos lábios o mar.

 

 

Ribadouro, 10/05/2024

Um pouco de arte

 

Qualquer coisa sem nome…


Dá-me a tua mão

 

Dá-me a tua mão de porcelana, onde o café está envergonhado
Dá-me a tua mão, estrela da minha partida
Cigarro fumado, o café não muito quente,
Na tua mão de porcelana.

Dá-me a tua mão, menina que me inspira
Dá-me a tua mão logo que seja dia,
Pode ser num beijo
Pode ser em poesia.

Dá-me a tua mão
Sempre que seja noite, na tua mão ao outro dia
Dá, dá-me a tua mão...
Pegar na tua mão com alegria.

quinta-feira, maio 09, 2024

Se algum dia a noite me levar,

Se algum dia a noite me levar, nunca esqueças o meu nome

Se algum dia eu adormecer na lua, lê apenas um, apenas um dos meus poemas

Todas as vezes

Que a lua te olhar.

 

Se algum dia a noite me levar, não tenhas medo por mim, porque eu não terei medo

Se for levado pela noite.

 

Se algum dia a noite me levar, não tenhas medo de que a noite te ofereça flores…

A noite me leva, e logo em seguida, festeja contigo a minha derrota.

Rua sem saída

 

Estou numa rua sem saída
Muito escura
Muito fria
Estou numa rua com muitas casas
É uma rua com sabedoria

Estou na rua
Estou na rua e não tenho a
Lua
Nua
A tua voz mergulhada no silêncio da escuridão
Nocturnal

Estou numa rua sem saída
E tu não estás
Talvez estejas escondida
Talvez...
E talvez te encontre antes
Da minha partida
Ou na despedida

Estou numa rua sem saída
Tão nua e tão infeliz
Esta rua perdida
Senhora do seu nariz

Vergonha

 

Que vergonha, escrever

Que vergonha, ler

Que vergonha, ser e parecer

Um mendigo sem pátria

Em seu sofrer.

 

Que vergonha, ter

Que vergonha, não saber

Que ter vergonha, é querer

Que envergonha, o meu viver.